EDEM e suas logos

No início, a EDEM era representada por um catavento. Um brinquedo que se movimenta, com interferência da natureza ou da criança que o carrega. A brincadeira como veículo de educação e a dinâmica como norte estavam representados naquele desenho (hoje o nome da escola é apenas EDEM, mas, em sua origem, EDEM era a abreviação de Escola Dinâmica do Ensino Moderno).
“É sempre importante contextualizar as escolhas. Quando fundamos a EDEM, éramos um grupo de psicólogos com média de 20 anos de idade. Não tínhamos, portanto, esta clareza da importância de sermos representados por uma logomarca, da relevância de eleger um símbolo que traduzisse a identidade do que pretendíamos ser. Foi num livro alemão de marcas que encontramos o desenho do catavento e, imediatamente, nos impressionamos com a quantidade de correlações possíveis com o que propúnhamos”, diz Judy Galper, diretora e fundadora da escola.
Em 1989, já com a ciência da força representativa que está contida na logo, elegeu-se um novo símbolo, desenvolvido por dois professores-artistas que integravam, à época, a equipe da escola: Flavio Soares e Bia Trope. A maçã como símbolo de conhecimento e, por que não?, de transgressão. Uma escola sem caráter religioso que eduque no sentido da tolerância, da liberdade e da contestação. A dividir a maçã, uma linha tortuosa formando as partes inseparáveis, o contraditório, o contraste, a alteridade, Yin e Yang. E, fundamentalmente, formando o equilíbrio. A laicidade, portanto, não elimina o divino – pelo contrário: estimula o interesse em todas as representações e signos, como forma de escolher, voluntariamente, a melhor maneira de se relacionar com quantos mundos se deseje.

Foi em nome dessa noção abrangente, não-dogmática (e não-compulsória) do mistério, que se decidiu por manter Sant’Anna (uma professora, aliás) na fachada do prédio histórico da atual sede da EDEM – onde funcionara um colégio católico; e pela manutenção do nome capela no espaço onde são realizadas as aulas de teatro e corpo. Cada indivíduo, através do conhecimento, torna-se seu próprio templo.

(Texto escrito por João Cavalcanti, ex-aluno e atual pai da EDEM)

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