“Da janela lateral do quarto de dormir
Vejo uma igreja, um sinal de glória
Vejo um muro branco e um vôo pássaro
Vejo uma grade, um velho sinal…”
Foi a partir da letra da música “Paisagem na janela”, de Lô Borges e Fernando Brant, que o professor João Paulo Rangel teve uma ideia: trabalhar em sala de aula o conceito de paisagem e lugar – que estão sendo estudados nesse trimestre – com os alunos do 6º ano do Ensino Fundamental 2.
– Foram vários os objetivos: estudar geografia, analisar a paisagem e fazê-los entender a realidade através da linguagem poética. Além do estudo da geografia, quis também que eles unissem o estudo ao ato de ler e de escrever. Deu certo, porque o resultado foi surpreendente, a aula ficou mais agradável – contou o professor.
“Pode ser a janela do meu avô?”, “Pode ser a janela da minha avó?”, foram algumas das perguntas que João Paulo ouviu dos alunos. E, sim, todas as janelas desejadas puderam ser fonte de observação das paisagens.
– A observação deles é diferente da dos adultos. Eles olham vários fatos, como uma poça d’água, um carro batido, um muro derrubado…. Tudo é muito relevante para estes jovens e isso é levado em consideração nesse trabalho, pelo rico retorno que tive. É muito legal fugir do comum, do esperado – opina João.
Para o professor, este foi o melhor trabalho sobre paisagem desenvolvido por ele com os alunos do Ensino Fundamental 2.
– Foi uma forma de extrair a linguagem poética e estudar a paisagem como ferramente para deduzir o que está nas entrelinhas. A mudança de paisagem possibilita a informação de como as pessoas se relacionam entre si e como se relacionam com o meio. Deu tão certo que já estou pensando em outros trabalhos do gênero! – conta ele, empolgado.