Como fazer para que os simulados no Ensino Médio não sejam sinônimo de estresse e nervosismo? Na EDEM, desde o 1º ano, as turmas já têm contato com as cinco áreas que estão nos conteúdos destas provas: ciências humanas, ciências da natureza, linguagens, matemática e redação. Os exames, tradicionais, são aplicados uma vez por trimestre, com intenções bem diferenciadas:

– O primeiro ano é um início de uma etapa que se conclui somente daqui a dois anos, quando essa turma estiver no terceiro. O objetivo, nesta fase, é apenas que alunas e alunos percam o medo, se adequem ao tempo de prova, à estratégia e ao tipo de exame. Além, claro, de fazer com que treinem como responder questões objetivas, que não são comuns no nosso cotidiano aqui na EDEM, já que nós trabalhamos com questões com textos dissertativos e com interpretação – e uma prova de exame externo é objetiva e com 90 questões densas por dia. Então o aluno precisa se habituar, tem que treinar para saber quanto tempo leva para responder uma questão ou preencher um cartão. No segundo ano, as turmas já estão familiarizadas com as questões conceituais, já começam a ter uma outra visão, já estão habituados àquela estratégia de prova. No terceiro ano, o desempenho e os conteúdos são fundamentais, tanto que recebem um boletim individual de desempenho, assim como o primeiro e o segundo também – conta Wanderley Quêdo, coordenador do Ensino Médio.

Para ele, simulado é uma construção:

– A gente busca trabalhar sempre a questão da ansiedade e do nervosismo em prova, porque tanto Cybele (Gurgel, psicóloga do Ensino Médio) quanto eu falamos de ENEM com muita calma e tranquilidade desde o primeiro ano. Ela trabalha a organização e a rotina; eu trabalho o pedagógico. As turmas conhecem essa dinâmica e essa experiência desde que chegam ao Ensino Médio, têm esse período preparatório para a construção desse processo e se acostumam, ao longo destes três anos, com esses instrumentos de avaliação externa.

E alunas e alunos, o que acham disso?

Ana Beatriz Santos, 1º ano:
”Chega a um momento da prova que dá vontade de chutar o que não sabemos, até porque ainda não demos todo o conteúdo que é cobrado no ENEM. Mas eu gostei da experiência de fazer a prova”,

Ian Telek, 1º ano:
”A gente perdeu dois anos do Fundamental 2 na pandemia, isso foi ruim, porque a gente piscou e chegou no Ensino Médio. Apesar disso, eu não me desesperei com o ENEM, acho que no segundo ano acho que vamos estar bem mais tranquilos para fazer a prova”

Isabel Gama, 2º ano:
“O primeiro simulado que a gente fez, no ano passado, era uma coisa completamente nova. A EDEM nem tem prova de múltipla escolha, então eu estava muito nervosa, achava uma coisa de outro mundo, tanto porque era um formato que a gente não estava acostumada quanto porque era um sinal de que a gente estava crescendo. Hoje percebi o quanto é tudo mais fácil, talvez por eu ter me acostumado a responder provas discursivas, que precisam de muito mais conhecimento do que as objetivas. Simulado ajuda a gente a perder o medo e se conhecer na hora da prova. Eu aprendi que gosto muito mais de fazer a prova em ordem, sei qual é a minha estratégia de quando vou fazer redação, quando vou passar pro cartão resposta, da língua que eu prefiro falar. Essa forma que a gente faz aqui na EDEM permite que a gente tenha a liberdade de ir testando nossas formas individuais de realizar a prova e perder o medo.”

Luiza Abreu, 2º ano:
”ENEM faz com que a gente se cobre muito. É uma experiência estressante, são 95 questões em cinco horas, ainda mais com redação. É mais uma prova de resistência do que de habilidade ou de conhecimentos. Por isso é importante ter essa experiência em etapas ao longo destes três anos de Ensino Médio, porque quando a gente está chegando mais perto, está mais acostumado com esse estresse. O primeiro ano é mais assustador, mas a gente vai desconstruindo essa realidade. E eu gosto do fato de a gente começar a fazer a prova do ENEM na escola, num ambiente que a gente já conhece, com pessoas que a gente conhece. Dá mais segurança para quando chegar a hora de fazer pra valer.”

João Pedro Elias, 3º ano:
”O primeiro simulado que a gente fez do ENEM me deixou cansadíssimo, foi um estresse. Agora, esse ano, que é pra valer, se eu não tivesse tido essas experiências, não me sentiria tão preparado. E entender a importância da leitura, porque tem que ler muito mesmo.”

Maria Eduarda Cersósimo, 3º ano:
”Na primeira prova da UERJ, eu fiquei a duas questões do conceito A e o João Pedro ficou a três. Estamos qualificados, mas vamos fazer de novo. O simulado tem uma importância muito grande, porque muitas vezes ele nem é sobre conteúdo, é mais sobre você saber fazer a prova, aprender a fazer a prova. Às vezes é mais a resistência do que o conteúdo que você tem. Quando eu comecei a fazer os simulados, só respondia 30 questões. Eu não conseguia responder a prova toda, porque achava muito cansativa. Com o longo do tempo, fui aprendendo a lidar com a quantidade de questões, fui criando uma resistência com aquele tamanho de prova – que é um pouco assustador, né? São cinco horas respondendo dezenas e dezenas de perguntas. Gosto de fazer simulados, acho que quanto mais melhor, principalmente no terceiro ano. Faço questão de estudar em casa e fazer questão ENEM todos os dias.”