Saudade. Palavra que o 3º ano do Ensino Fundamental da professora Claudia Luppi sabe bem o que significa. A saudade da EDEM foi tanta que a turma fez uma visita virtual até a fachada da escola e, depois disso, fez uma homenagem através de desenhos.

E como tudo isso começou?

– Há duas semanas, em uma das videoconferências com um dos grupos da turma, um aluno falou: “Tô me mudando, posso contar onde eu vou morar?”. Eu respondi que se tivéssemos um tempinho ao fim do nosso encontro, permitiria que ele mostrasse. E tivemos. Quando ele começou a mostrar no Google e a turma percebeu que era perto da EDEM, uma outra criança falou: “Ih, você vai morar pertinho da EDEM, vamos ver a EDEM! Claudia, pode?”. E eu deixei – lembra ela.

E assim a turma começou uma conversa de muita saudade, de muito carinho, com frases do tipo “Eu queria entrar…” “Eu queria passar por essa tela…” “Por que a gente tá assim?” e “Xô coronavírus”, entre outras. Foi desse jeito quase natural que as crianças começaram a verbalizar várias questões que ainda não tinham conseguido falar tão claramente e espontaneamente nesse período sem aulas presenciais. E aí veio o assunto dos 51 anos da EDEM:

– Quando a gente foi falar de semana de aniversário da escola, eu provoquei: “A gente visitou a EDEM. E o que foi que a gente se sentiu, como tá essa saudade? A gente tem alguma coisa pra dizer?”. Então a ideia dos desenhos surgiu nesse caminho, de fazer os desenhos e falar da saudade, uma conversa ilustrada que foi vindo de forma natural. Pelo computador, fomos até o Parque Guinle, falamos dos rapazes que ficam na portaria, do que eles gostam de fazer no espaço da escola…. Enfim, foi muito saudoso e muito importante. O resultado ficou repleto de sentimento – conta a professora.