A EDEM, primeiro chamada Escola Dinâmica do Ensino Moderno, foi idealizada e registrada em 1969 e iniciou seu primeiro ano letivo em 1970. Começando suas atividades com turmas de Educação Infantil (com crianças de 2 anos de idade), prosseguiu com classes de Fundamental e formou sua primeira 8ª série em 1979.
Concebida por um grupo de estudantes de psicologia, a EDEM teve na sua origem o interesse pelas teorias psicológicas do desenvolvimento afetivo e cognitivo. As teorias da motivação, a liberdade de escolha de cada aprendiz, as relações interpessoais professor/aluno e aluno/aluno eram marcas desses tempos iniciais da escola, como, aliás eram marcas do pensamento pedagógico da época.
O Brasil vivia então um clima de tensão e medo, não havia debate político, nem discussão pública de questões sociais. Criar uma escola, naquele momento, significava resistir e apostar no futuro.
A EDEM tinha como objetivo inicial ser um espaço de liberdade, participação, confiança nas possibilidades dos sujeitos. Através do exercício constante de escolhas e do enfrentamento de conflitos, a escola buscava formar as bases de uma nova consciência.
Durante a década de 1980, a EDEM se consolidou como escola de 1o grau. Duas grandes questões marcaram suas preocupações e atuações nesse período. A primeira foi a aprendizagem. Como se aprende e como se ensina? Esta indagação ensejou a busca de embasamento teórico, de métodos e técnicas e de confronto avaliativo dos resultados. É no enquadre desta pergunta que a escola tem procurado, desde então, com estudo e reflexão sobre sua prática, contribuir de alguma forma para o avanço da teoria educacional. A outra questão foi a função social da escola. Tornou-se clara, então, a imensa tarefa que a educação formal deve exercer na proposição e discussão de metas e valores sociais e na construção da cidadania.
A cidadania não se constrói no discurso. Para favorecê-la, é necessário revitalizar e institucionalizar os mecanismos de participação e de múltiplas influências que caracterizam o espaço democrático. Com base nisso, assumiu-se na EDEM o compromisso de demonstrar na prática o poder de cada indivíduo na transformação e na melhoria do bem-estar coletivo, propiciando a atuação política do aluno dentro da escola.
Em 1990, foi criado o Ensino Médio da EDEM. Dez anos depois da formatura da primeira turma de 8a série, estavam estabelecidas as condições de amadurecimento, preparo teórico e constituição de equipes, indispensáveis para essa nova realização.
A abertura do Ensino Médio se formulou como um novo desafio: entregar à sociedade jovens quase adultos, curiosos, ousados, criativos, motivados e disciplinados intelectualmente, capazes de realizar escolhas profissionais, atuar socialmente, conquistar o sucesso no caminho que escolheram e se manterem plenos de esperança e entusiasmo em um futuro melhor para a humanidade.
Os anos 1990 foram importantes para o fortalecimento institucional da EDEM e também para o aprofundamento teórico dos princípios que fundamentam seu projeto pedagógico. No início dessa década, a EDEM desencadeou um amplo processo de reformulação curricular, mobilizando toda sua equipe em torno da definição dos procedimentos, atitudes e conceitos a serem desenvolvidos em cada área do conhecimento durante cada etapa escolar. Foi um momento de muito estudo, interação constante entre os profissionais e debate intenso entre as equipes dos diversos segmentos. Esse processo resultou na primeira versão oficial do projeto pedagógico e do currículo da escola (confira aqui versão atualizada do Projeto pedagógico da EDEM).
Durante os anos 1990 e 2000, a EDEM chegou a ter três sedes: uma para a Educação Infantil, outra para o Ensino Fundamental e outra para o Ensino Médio. Desde 2009, a escola funciona apenas no Largo do Machado, em um casarão enorme e aconchegante, oferecendo às famílias a escolaridade completa (de 1 ano a 17 anos) e ainda a opção de Horário Extensivo para crianças de Grupo 1 ao 5o ano.
Nas últimas décadas, a EDEM experimenta cada vez mais a satisfação de receber como alunos os filhos e filhas de seus ex-alunos.
Após quase 50 anos de história, permanece na escola a mesma disposição que marcou seu início: aprender mais, para melhor ensinar.